domingo, 31 de maio de 2009

DIA ABERTO


Balanço da exposição do dia aberto

Data: 15 de Maio de 2009 (Sexta-feira)

Por volta das 10h da manhã toda a turma começou a preparar a exposição que iria decorrer ao longo do dia aberto. Para além do espaço exterior, onde expusemos alguns cartazes para chamar a atenção dos visitantes e lá localizámos o “Jogo do adivinha”, foi-nos atribuída uma sala (111) a partilhar pelos quatro grupos do 12ºF que se organizaram no âmbito da disciplina de Área de Projecto.

Já eram perto das 13 horas quando nos ausentámos para ir almoçar, depois de concluirmos a decoração e preparação do interior e exterior da nossa exposição.
Eram 14 horas quando regressámos à escola, a fim de dar início à exposição que se prolongaria até ao final da tarde. Normalmente, convidávamos os visitantes a realizar o nosso jogo que se situava no exterior, acompanhando-os seguidamente para o interior da sala, onde explicávamos a nossa temática, os nossos objectivos e propósitos, dávamos conhecimentos dos materiais adquiridos (revistas em Braille, medicamentos), aguardávamos algum tempo para que estes observassem a informação exposta e, depois, realizávamos o jogo informático, em formato Power Point, com perguntas de resposta múltipla, mostrando, casualmente, o vídeo relativo às dificuldades dos invisuais. Com frequência, distribuíamos os folhetos que reflectiam as mesmas, apelando para a consciencialização dos cidadãos acerca dos obstáculos enfrentados pelos invisuais.

Podemos apontar aspectos tanto positivos como negativos relativamente à nossa exposição. No que se refere aos aspectos positivos, pensamos que conseguimos desenvolver um projecto aliciante: sintetizámos a informação para que não se tornasse demasiado extensa e desinteressante; utilizámos cartolinas coloridas e imagens para captar a atenção dos visitantes; tínhamos materiais que suscitavam a curiosidade das pessoas, como as revistas e os medicamentos, que levavam a que estas nos fizessem questões acerca do Braille, às quais nós respondíamos com base nos conhecimentos que adquirimos sobre o tema através das pesquisas efectuadas no 1º período; realizámos actividades práticas, o que conferiu um importante dinamismo ao projecto – o “Jogo do adivinha” suscitava a atenção ao mesmo tempo que divertia e consciencializava os participantes; o jogo informático permitia aos visitantes aplicar os conhecimentos apreendidos com a observação da informação disposta nas carolinas, e o vídeo retratava, de forma clara e simples, as dificuldades dos invisuais, captando a atenção dos visitantes.

No que se refere aos aspectos negativos, tivemos algumas dificuldades no modo como expor a informação, tanto devido ao espaço como aos materiais – primeiramente havíamos pensado em utilizar panos pretos, mas visto que não o conseguimos concretizar, utilizámos sacos pretos, o que levou a que o resultado final não estivesse de acordo com as nossas expectativas iniciais. Além disso, este ano não foram muitas as escolas e turmas a afluir à nossa escola, pelo que os visitantes não foram em grande número, como desejaríamos, o que levou a que não pudéssemos difundir em grande escala o nosso projecto final. Assim, acabámos por abandonar a exposição por volta das 20h30m, quando supostamente permaneceríamos até as 22h, uma vez que o número de visitantes não justificava a nossa presença. No entanto, estamos muito satisfeitos com o resultado da nossa exposição, pois recebemos críticas muito positivas, tínhamos actividades e materiais muito diversificados, aproximando-nos, por isso, dos diferentes gostos de todos os visitantes.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Jardins para invisuais

Em Sunderland, uma cidade da Inglaterra, há um jardim construído especialmente para os cegos. Os canteiros são cercados por pequenos muros de 10 centímetros de altura, para guiar os passos dos invisuais. Junto a cada planta, há uma tabuleta com os respectivos dados acerca de cada planta escritos no alfabeto Braille.

No Rio De Janeiro, Brasil, existe também um jardim botânico que contém uma parte muito interessante que é o jardim sensorial, que é especialmente para cegos, com placas escritas em Braile. Nessa parte do jardim os cegos podem cheirar e tocar nas plantas. Têm estacionamento interno, que é pago. E a entrada é por volta de 5 reais por pessoa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Os invisuais e o desporto

O desporto é, sem dúvida, uma actividade/ocupação importante para a integração, reabilitação e aumento da auto estima das pessoas com deficiência. Qualquer pessoa portadora de uma deficiência pode praticar uma modalidade desportiva na vertente amadora ou de alta competição, desde que as regras estejam adaptadas à sua deficiência.
A ACAPO é membro da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes onde representa a área da deficiência visual, desenvolvendo o quadro competitivo nacional nas seguintes modalidades:
- Atletismo
- Goalball
- Futsal
As Delegações proporcionam aos associados várias modalidades desportivas amadoras:
- Natação
- Atletismo
- Ginástica
- Outras
FONTE: www.wikipedia.pt
Postado por: Patrícia

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Museu de Mação ajuda cegos a ter acesso á arte


O Instituto Politécnico de Tomar e o Museu de Arte Pré-Histórica de Mação vão integrar o projecto internacional "To touch or not to touch", que visa o acesso de invisuais à história arqueológica, cultural e ambiental da Europa.
Luís Oosterbaek, director do Museu, disse que, através da elaboração de réplicas de arte rupestre do Vale do Tejo/Ocreza, poder-se-ão "quebrar as barreiras que os cidadãos invisuais e amblíopes enfrentam na maioria dos museus" e, por outro lado, as pessoas com visão normal "terão a oportunidade de tactear aquilo que, normalmente, só podem ver".
Sara Cura, arqueóloga do museu de Mação, acrescentou que "a ideia é colocar à disposição dos invisuais um recurso didáctico, museográfico e interactivo, construído de raíz e com legendas em braille, que pretende diminuir progressivamente a exclusão de cidadãos portadores de deficiência".
O investimento, que não revelou, mas referiu ser "de poucos milhares de euros", será financiado pela Comissão Europeia através do Programa Cultura 2000 e integra equipas de Portugal, França, Itália e Bulgária.
Luís Oosterbaek disse que "a vasta experiência em arqueologia experimental" dos países envolvidos "conjugará os conhecimentos específicos em réplicas tácteis" de peças arqueológicas - mosaicos romanos, ossos, instrumentos em pedra, tecidos medievais e gravuras rupestres.
Sara Cura disse que as obras de construção da nova sala de exposições do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação "começam este Verão e terminarão até ao final do ano", altura em que será inaugurada a exposição "Sons e passos na paisagem".
http://www.radiocondestavel.pt/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1314&Itemid=31
Postado por : Tereza

Novo conceito de telemóvel para invisuais


Está a ser desenvolvido um novo conceito de telemóvel para os invisuais. Ao contrário do que poderão pensar, este telemóvel não vai usar Braille, mas sim teclas grandes com diferentes ângulos.O uso destas teclas, em vez de Braille, vai facilitar o uso do dispositivo, uma vez que seriam necessárias bastantes teclas em Braille para os invisuais escreverem uma mensagem ou fazer um simples telefonema.O autor deste protótipo é o designer de Hong-Kong Peter Lau, que apresentou o projecto na quinquagésima terceira edição anual da revista ID.
Postado por: Tereza

segunda-feira, 2 de março de 2009

Missão Poppy


A Escola de Cães Guia para Cegos, única em Portugal, iniciou a sua actividade em 2000 e o seu principal objectivo é a educação de Cães Guia e a formação da Dupla Cego/Cão-guia.


Até hoje já foram entregues cerca de 70 Cães Guia a Cegos de todo o território Nacional mostrando à sociedade a importância desta ajuda, que para a maioria dos Portugueses ainda é novidade.


O treino de um Cão Guia demora aproximadamente 2 anos, desde o seu nascimento até à sua entrega ao Cego.Os custos envolvidos, na sua formação, rondam os 17.000/20.000 euros.Todos os encargos financeiros são da responsabilidade da Escola.


A Poppy nasceu para ajudar a Instituição a continuar com o seu lema de origem:O Cão Guia é entregue gratuitamente ao Cego.


Através da sua venda, serão angariados fundos para a subsistência da Instituição, bem como para possibilitar a entrega de um número maior de cães, anualmente, para que se possa fazer face à lista de candidatos que aguardam a entrega do seu “amigo”, que vai ser “os seus olhos”.
Postado por: Tereza
Para mais informações: http://www.poppy.com.pt/index.html
ENTREVISTA
Realizada a 23 de Janeiro de 2009 à Psicóloga Diana Carvalho da instituição ACAPO de Faro
- Papel da ACAPO no apoio aos invisuais

P: Qual é o contributo da ACAPO no apoio aos invisuais?
R: Nós damos apoio técnico, aos nossos utentes a nível psicológico, social, orientação e mobilidade em que ensinamos os nossos utentes a utilizar uma bengala branca e a deslocarem-se na rua ou em casa e terapia ocupacional em que o terapeuta ajuda na adaptação á vida diária, ajuda a pessoa a fazer o seu dia-a-dia mas adaptado, porque ao haver uma alteração visual, altera-se tudo o resto.

P: A afluência a esta instituição por parte dos invisuais tem vido a crescer ou a decrescer?
R: Tem vindo a crescer, cada vez temos mais utentes.

P: Quais as características das pessoas que mais procuram este tipo de ajuda (faixa etária/género/habilitações literárias)?
R: Temos de tudo, desde bebés até idosos. É um grupo muito heterogéneo. Não há um modelo específico, abrangemos todas as idades, qualquer pessoa pode ser nosso utente desde que seja deficiente visual.

- Mobilidade dos invisuais

P: Pensa que as cidades portuguesas, em particular a cidade de Faro (onde se localiza a instituição) estão bem preparadas para a deslocação dos invisuais?
R: Não, na minha opinião ainda não estão bem preparadas quanto á adaptação dos nossos utentes, mas estão melhores, tem vindo tudo a caminhar para um percurso melhor, mas ainda há muito caminho a percorrer.

P: Quais são os maiores obstáculos físicos com que os invisuais se deparam na sua mobilidade diária?
R: Na rua, o estacionamento dos carros em cima dos passeios, as necessidades dos animais, a falta de sinais sonoros, embora na cidade de Faro alguns já estejam sinalizados. Em termos gerais são estes os principais obstáculos.

P: Quais pensa ser as soluções possíveis e mais adequadas para o melhoramento da acessibilidade e deslocação dos invisuais?
R: Podem-se fazer várias coisas por exemplo: um estudo sobre a cidade de Faro e tentar fazer um plano com a câmara ou comunidade que transformam ou adaptam a cidade para qualquer tipo de deficiência visual e depois também um pouco de sensibilização ás pessoas já que estacionam os carros em cima dos passeios deveriam recolher os espelhos laterais, principalmente se for uma carrinha em que o espelho é mais alto e a bengala não detecta e há possibilidade de um invisual bater com a cabeça. Sensibilizar a comunidade é importante para melhorar esta questão, mas deve ser um trabalho de todos, todos devemos fazer qualquer coisa para melhorar as condições físicas da nossa cidade, para que todos passem a usufruir dela.

- Integração no mercado de trabalho

P: De que forma a ACAPO apoia os invisuais na sua inserção no mercado de trabalho?
R: Falando da nossa delegação de Faro, apoiamos o Algarve inteiro, mas não arranjamos trabalho para os nossos utentes, mas por vezes somos contratados por algumas empresas, que querem empregados com deficiências visuais e em parceria com essa instituição tentamos arranjar uma lista de pessoas que possam ter o perfil que eles procuram e a partir daí ajudamos nesse nível, é basicamente esta a ajuda dada nesta inserção no mercado de trabalho, quando somos contactados pelas empresas ajudamos a seleccionar uma pessoa.

P: Pensa que ainda existe muita discriminação em relação à ocupação de cargos laborais por parte dos invisuais?
R: Eu não sei se chamaria discriminação, às vezes as pessoas nem se lembram que existem pessoas com deficiências e precisam de trabalhar porque uma deficiência visual não afecta as capacidades, tem capacidades iguais às das outras pessoas, tem apenas uma limitação visual, podem desempenhar qualquer função desde que seja adaptada, discriminação não é bem a palavra, acho que é mais um desconhecimento que estas pessoas também podem trabalhar e fazer um bom trabalho.

P: Apesar de sabermos que a cegueira é um obstáculo ao desenvolvimento de certos tipos de trabalho, na sua opinião quais são as actividades que com mais facilidade os invisuais podem executar?
R: Aquilo que nós temos constatado é que há muitos invisuais telefonistas, é uma profissão que se adequa muito, massagistas também estas duas são aquelas mais evidentes, muitas coisas também que tenham a ver com novas tecnologias, a informática por exemplo, adaptam-se muito bem. Este tipo de trabalho, são os trabalhos mais procurados, mas de qualquer maneira são pessoas que são aptas para fazerem muita coisa sem ser isto, temos muitos utentes que são licenciados e praticam a sua profissão. Os psicólogos também são pessoas completamente normais, tem a sua deficiência visual, mas também têm as mesmas capacidades de praticar qualquer profissão desde que seja adaptada.

P: O artigo quarto da política de trabalho relativa aos indivíduos com qualquer tipo de deficiência, física ou mental, acorda que se “deverá ter como base o princípio de igualdade de oportunidades entre os trabalhadores deficientes e dos trabalhadores em geral. Dever-se-á respeitar a igualdade de oportunidades e de tratamento para as trabalhadoras deficientes. As medidas positivas especiais com a finalidade de atingir a igualdade efectiva de oportunidades e de tratamento entre trabalhadores deficientes e os demais trabalhadores, não devem ser vistas como discriminatórias em relação a estes últimos.” Pensa que esta declaração, entre outras idênticas que encontramos nesta política de trabalho, a qual visa a mais fácil integração dos deficientes no mercado de trabalho, são suficientes para incentivar a inclusão dos deficientes, em particular dos invisuais, e para cessar com a discriminação das empresas no contrato destas pessoas?
R: Todos devem ter os mesmos direitos ás oportunidades, concordo plenamente com isso, acho que ainda há muita coisa a ser feita para que isso aconteça, mas lá está, está tudo a correr nesse caminho, está tudo a melhorar, mas ainda há sempre muita coisa a ser feita, a legislação tem de mudar no sentido de ajuda na inserção dos nossos utentes no mercado de trabalho, já facilita, mas tem de se fazer mais.
Ou seja, nós temos sempre que lutar por mais e melhor, e não nos contentarmos com aquilo que já temos, sejamos nós pessoas portadoras de deficiência visual ou pessoas ditas normovisuas. Assim, as pessoas com qualquer tipo de deficiência devem tentar o seu melhor e ter direito a todas as oportunidades que qualquer pessoa tem, já que são indivíduos com plenas capacidades, daí a necessidade de serem reconhecidas pelo valor que têm.

- Integração na vida escolar

P: Pensa que as escolas portuguesas estão preparadas para oferecer o devido ensino escolar aos invisuais?
R: Já estão melhores, mas ainda não estão bem preparadas para receber jovens com deficiências.

P: De que forma se poderia melhorar o ensino especializado a estes jovens?
R: Há professores de apoio que acompanham as pessoas com deficiência, mas poderia ser feito um acompanhamento maior e frequente para se perceber realmente quais são as necessidades das pessoas invisuais e trabalhar no sentido de tentar colmata todas as lacunas que existem ao nível do ensino.

P: É da opinião que os jovens com deficiência visual se devem integrar numa escola normal, ou frequentar uma escola especializada?
R: Eu sou de opinião que devem frequentar uma escola normal , pois têm direito á igualdade de oportunidades, têm direito a conviver com outras pessoas, não têm que estar restritos por não fazerem parte de um grupo, fazem parte da comunidade, logo têm que conviver com todos os membros da nossa sociedade. Na minha opinião seria uma discriminação que estes jovens frequentassem uma escola apenas destinada a deficientes visuais.

P: Até porque frequentar uma escola especializada poderia resultar em problemas ao nível dos relacionamentos sociais, não é verdade?
R: Certamente, iria afectar ao nível da socialização.

- Relacionamentos sociais

P: Pensa que os invisuais podem ter uma vida social activa como qualquer outra pessoa, ou é da opinião que a deficiência visual condiciona a vida social de um indivíduo?
R: Não, acho que uma pessoa com deficiência visual pode ter uma vida social plena, perfeita como qualquer outra pessoa.

P: Considera que ainda existe muita discriminação e falta de sensibilidade no que toca à ajuda dos invisuais por parte das pessoas?
R: Considero que ainda há muita falta de sensibilização, sim. Já houve mais, agora as pessoas já começam a olhar para os deficientes de maneira diferente, mas contudo continuo a achar que é um trabalho que tem que ser feito ao longo do tempo e nunca pode deixar de ser feito. A nível de discriminação não considero tanto. As pessoas tentam ajudar muito na rua, quando percebem que um deficiente visual está a atravessar a estrada vão perguntar se precisa de ajuda, estão cada vez mais interactivas com as pessoas com deficiência visual.

P: Que sugestões propõe para que os invisuais mais facilmente se possam relacionar com o meio onde estão integrados?
R: A sugestão que eu posso dar a um deficiente visual é fazer uma reabilitação, adaptar-se á sociedade e a sociedade a ele, mas acho que para que haja uma socialização bem feita entre um deficiente visual e a comunidade. Deve haver uma reabilitação do indivíduo á cidade onde vive, àquilo que fez, e a partir daí todas as relações sociais vão surgindo e a pessoa acaba por fazer uma vida social completamente normal.
Postado por: Grupo (Diogo, Maria, Patrícia, Teresa).